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Por que o Afeganistão é uma "armadilha sísmica" altamente vulnerável a terremotos?

Por que o Afeganistão é uma "armadilha sísmica" altamente vulnerável a terremotos?
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Cabul, 1 de setembro (EFE) - O terremoto que deixou mais de 800 mortos no leste do Afeganistão é uma manifestação recorrente da realidade de um dos lugares mais perigosos do mundo para terremotos.

A altíssima taxa de mortalidade por terremotos se deve a uma combinação letal de pobreza, décadas de guerra e terrenos inóspitos. Abaixo, quatro fatores que determinam essa fragilidade:

Um país atravessado por falhas

O Afeganistão fica no ponto de colisão de duas placas tectônicas gigantes: a placa indiana, que se move para o norte, colide e desliza por baixo da placa eurasiana.

Essa colisão criou a cordilheira Hindu Kush, uma das áreas mais sismicamente ativas do planeta. O país é atravessado por falhas geológicas, e terremotos, como o de domingo, tendem a ser superficiais, o que significa que a energia é liberada muito perto da superfície, multiplicando a força do tremor.

A província de Kunar, a mais atingida pelo terremoto da noite passada, é um labirinto de vales na região de Hindu Kush, e a complexidade desse terreno também torna o acesso das equipes de resgate muito difícil, com vilas inteiras potencialmente isoladas por dias.

Vulnerabilidade estrutural

A principal causa de morte em terremotos no Afeganistão não é o tremor em si, mas o desabamento de moradias. Nas áreas rurais, a grande maioria da população vive em casas feitas de barro e tijolos de palha ou pedra sem reforço.

Essas construções são extremamente frágeis diante de movimentos sísmicos, pois em vez de se curvarem com o movimento, elas explodem e desabam, esmagando seus ocupantes, não deixando espaço para a sobrevivência.

A pobreza endêmica impede o uso de materiais mais duráveis ​​e a aplicação de códigos de construção seguros.

As cicatrizes da guerra e do isolamento

Quatro décadas de conflito armado destruíram a capacidade do Afeganistão de se preparar e responder a desastres. A infraestrutura básica, como estradas, hospitais e redes de comunicação, é precária ou inexistente em muitas áreas.

Isso transforma as operações de resgate em um pesadelo logístico. Equipes de socorro levam dias para chegar a vilarejos remotos em vales montanhosos, que muitas vezes ficam completamente isolados por deslizamentos de terra provocados pelos próprios terremotos.

Um Estado sem recursos

O estado afegão, tanto antes quanto agora sob o regime do Talibã, não tem recursos para lidar com uma catástrofe dessa magnitude.

Não há equipes urbanas de busca e salvamento bem equipadas, nem frota de helicópteros suficiente, nem sistema médico capaz de atender milhares de vítimas simultaneamente. O isolamento internacional do governo Talibã dificulta ainda mais a coordenação e a rápida entrega de ajuda humanitária estrangeira crucial. EFE

dlh-igr/lgm

Um terremoto de magnitude 6,0 mata mais de 800 pessoas no leste do Afeganistão.

efeverde

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